segunda-feira, 19 de julho de 2010

São Tarcísio patrono dos Coroinhas, Acólitos e Ministros Extraordinários da Eucarístia.
Rogai Por todos






Biografia
Na adolescência converteu-se ao Cristianismo.
Como acólito nas missas realizadas nas
catacumbas foi incumbido de levar hóstias aos prisioneiros condenados a morte.
As levava nas mãos, apoiando no peito a Eucaristia, no caminho foi agredido por curiosos interessados no que carregava, mas preferiu morrer que entregar à multidão os
sacramentos que carregava. Tinha então 12 anos.
Como na epígrafe que lhe dedicou em seu túmulo o Papa Damaso I o compara a
Santo Estevão, que foi apedrejado até a morte, se supõe que Tarcísio também tenha morrido desta maneira.
Suas
relíquias repousam atualmente na basílica de San Silvestro in Capite, em Roma.
Sua história foi expandida pelo
Cardeal Nicholas Wiseman, que o retrata como um jovem acólito em sua novela "Fabíola, ou a Igreja nas Catacumbas", publicada em meados do século XIX. A ampla divulgação deste livro é responsável pela renovação e ampliação de seu culto.
[
editar] Patronato
São Tarcísio é o patrono dos Acólitos e Ministros Extraordinários da Eucarístia.
É também padroeiro dos
operários que sofrem perseguições devido a suas crenças religiosas.
[
editar] Festa
Sua festa é celebrada no dia
15 de agosto de cada ano.
Como esta data é reservada pelo
calendário hagiológico à solenidade da Assunção de Maria, São Tarcísio não é mencionado neste calendário, apenas na Martiriologia Romana.
Dom Bosco Rogai Por nós!
Dados gerais
Giovanni Melchior Bosco foi padre católico apostólico romano, educador, desenvolveu a educação infantil e juvenil e o ensino profissional, sendo um dos criadores do sistema preventivo em educação. Dedicou-se também ao desenvolvimento da imprensa católica.
É o fundador da Pia Sociedade de São Francisco de Sales (1859), conhecida por salesianos, co-fundador da congregação das Filhas de Maria Auxiliadora, conhecidas por irmãs salesianas e fundador da Associação Internacional dos Cooperadores Salesianos. Foi canonizado em 1 de abril de 1934 pelo Papa Pio XI, sendo o padroeiro dos jovens e dos aprendizes. Seu dia é celebrado em 31 de janeiro.
[editar] Família
Nasceu do segundo casamento de Francesco Bosco, tendo por mãe Margherita Occhiena. A família era ainda composta pelo irmão do primeiro casamento do pai, Antônio, e seu irmão mais velho, José.
Ficou órfão de pai quando tinha apenas dois anos de idade. Diante da difícil situação econômica porque passava o norte da Itália, sua infância foi marcada pela pobreza da família.
[editar] Formação
Começou a estudar por volta dos nove anos, aos dezesseis anos passa a freqüentar a escola de Castelnuovo D'Asti e aos vinte ingressa no Seminário de Chieri, sendo ordenado sacerdote em 5 de junho de 1841, pelo bispo Luigi Fransoni. Após a ordenação, transfere-se para Turim.

Atuação como sacerdote em Turim

No contexto da revolução industrial na Itália, havia grande contingente de jovens sem família nas grandes cidades. Desde 1809, em Milão, a igreja católica mantinha um tipo de obra assistencial para jovens denominada oratório, que se ocupava de lazer, educação e catequese. O primeiro oratório de Turim foi fundado em 1841, pelo padre Giovanni Cochi. Influenciado por essas iniciativas, Bosco funda em 8 de dezembro de 1841 um oratório em Turim, quando atende e ensina o jovem Bartolomeo Garelli na sacristia da Igreja de São Francisco de Assis. Em 8 de dezembro de 1844, esse oratório passa a denominar-se 'Oratório de São Francisco de Sales e em 1846 passou a ter sua sede numa propriedade de Francisco Pinardi, no bairro turinense de Valdocco.

Fundação dos Salesianos
Bosco pensava em organizar uma associação religiosa, contudo, o contexto político da unificação da Itália, a disputa pela separação entre Estado e Igreja, não estimulavam a criação de uma ordem religiosa nos moldes tradicionais.
O ministro Umberto Ratazzi lhe sugeriu organizar uma sociedade de cidadãos que se dedicasse às atividades educativas realizadas pelos oratórios em moldes civis. Bosco propõe a Sociedade de São Francisco de Sales, que seria vista como uma associação de cidadãos aos olhos do Estado e como uma associação de religiosos perante a Igreja. Após consultar o Papa Pio IX, Bosco recebeu de seus companheiros padres, seminaristas e leigos a adesão à Sociedade de São Francisco de Sales em 18 de dezembro de 1859 e em 14 de março de 1862, os primeiros salesianos fizeram os votos religiosos de castidade, pobreza e obediência. A partir de 1863, além dos oratórios, os salesianos passam a se dedicar também aos colégios e escolas católicas para meninos e jovens. Com a separação entre Estado e igreja, há forte demanda por escolas católicas, fazendo com que esse tipo de instituição se dissemine rapidamente. As regras da Sociedade, chamadas de Constituições, foram aprovadas pela igreja em 1874. Em sua morte, em 1888, a Sociedade contava com 768 membros, com 26 casas fundadas nas Américas e 38 na Europa

Atuação política em Turim
O cenário político do Piemonte e em toda Itália era de caráter revolucionário, com inúmeros conflitos entre o Estado em formação e a Igreja Católica, durante todo o período do Risorgimento. Seus biógrafos registram sua amizade com políticos como Camilo de Cavour e Humberto Ratazzi, pessoas influentes como a Marquesa Barolo, amizade direta com o Papa Pio IX e com o Papa Leão XIII. Localmente, o Arcebispo de Turim que ordenou São João Bosco, Dom Luigi Fransoni esteve tanto no exílio como preso, tendo recusado os últimos sacramentos ao ministro Santa Rosa e por isso tendo sido repreendido pelo Rei Vítor Emanuel. Seu sucessor, Dom Lorenzo Gastaldi, teve uma longa disputa com São João Bosco, que resultou num processo canônico. A paz entre ambos só se fez mediante decisão de Leão XIII. As relações com políticos italianos e com papas, de forma muito direta, teriam dado a João Bosco uma posição política que parecia, sobretudo ao bispo Gastaldi, ameaçar a ordem hierárquica da Igreja.
[editar] Sonhos de João Bosco
Há controvérsia se seriam sonhos, visões ou premonições. O próprio São João Bosco parece que não sabia muito bem como lidar com esses eventos. Por fim, decidiu dar-lhes atenção, pois muitas vezes eram sonhos de caráter premonitório, que o avisavam sobre a morte iminente de algum aluno ou salesiano. Era seu costume contar o sonho a seu confessor ou diretor espiritual antes de contá-lo aos demais. Com relação aos sonhos de São João Bosco, o (beato) Papa Pio IX, ordenou-lhe que consignasse tudo por escrito, em seu sentido literal e de forma detalhada, para maior estímulo dos filhos da Congregação Salesiana.
[editar] O sonho sobre sua missão
A biografia de João Bosco elenca inúmeros sonhos, desde o primeiro, ainda na infância, quando se vê brigando com outros meninos e um homem – de acordo com os símbolos do sonho, Jesus Cristo - se aproxima e lhe diz para educar Não com pancadas, mas com carinho.
[editar] Dom Bosco e Brasília
Em outro sonho, vê entre os paralelos 15 e 20 do Hemisférios Sul, um lugar de muita riqueza, próximo a um lago:
"Tra il grado 15 e il 20 grado vi era un seno assai lungo e assai largo que partiva di un punto che formava un lago. Allora una voce disse ripetutamente, quando si verrano a scavare le miniere nascoste in mezzo a questi monti di quel seno apparirà quila terra promessa fluente latte e miele, sarà una ricchezza inconcepibilie"(Memorie Biografiche, XVI, 385-394)
Esse lugar é atribuído por alguns intérpretes a Brasília, motivo pelo qual São João Bosco é um dos padroeiros daquela cidade.
[editar] O contexto da beatificação e canonização de Dom Bosco
Tendo participado do período do Risorgimento e se relacionado com seus atores principais, Dom Bosco acabou por participar, indiretamente, da resolução do último aspecto que aquele movimento deixou em aberto para o século XX: a Questão Romana.
O momento da beatificação de Dom Bosco (1929) coincide com a Concordata de São João de Latrão, celebrada entre Benito Mussolini e o Cardeal Pietro Gasparri, com a aprovação do Papa Pio XI. A coincidência não é gratuita, mas representa naquele momento, uma expressão de nacionalismo italiano, com Mussolini, que estudara um ano no colégio salesiano de Faenza, elogiando Dom Bosco e com Pio XI pondo fim ao poder temporal da Igreja, permitindo a final unificação da Itália e considerando Mussolini um "homem da Providência". Na canonização de Dom Bosco em (1934) o contexto será bem outro. Descontente com os rumos do fascismo e do nazismo, Pio XI escreverá duas encíclicas, uma em alemão e outra em italiano, condenando ambas as ideologias.
O uso político da popularidade e italianidade de Dom Bosco e dos salesianos é recorrente na Itália. Em 2005, o então primeiro-ministro Silvio Berlusconi visitou o Instituto Salesiano Santo Ambrósio, em Milão, onde foi aluno, para recordar que aprendera com Dom Bosco que "é preciso estar de acordo com todos".

Domingos Sávio
Rogai por Nós

Domingos Sávio, em italiano: Domenico Savio, (Riva presso Chieri, 2 de abril de 1842Mondonio di Castelnuovo d'Asti, 9 de março de 1857) foi aluno de São Bosco, e toda a sua vida foi composta por uma busca da santidade segundo a fé católica.
O amado e jovem Domingos Sávio teve uma vida de muita sensibilidade e em pouco tempo percorreu um longo caminho de santidade, obra mestra do
Espírito Santo e fruto da pedagogia de são João Bosco.
Nasceu em uma família pobre em bens materiais (ferreiro e costureira) porém rica de fé. Sua infância ficou marcada pela primeira comunhão (que era normal ser feita aos doze anos), feita com a fervor aos sete anos, e se distingue pelo cumprimento do dever em seu lema: "Prefiro morrer a pecar".
Aos doze anos de idade ocorreu um fato decisivo em sua vida:o encontro com São João Bosco, que o acolhe, como padre e diretor, em
Valdocco (Turim) convidando-o para cursar os estudos secundários. Ao descobrir então os altos ideais de sua vida como filho de Deus, apoiando-se na amizade com Jesus e Maria, lança-se à aventura da santidade, entendida como entrega total a Deus. por amor. Reza, coloca empenho nos estudos, sendo o companheiro mais amável. Sensibilizado no ideal de são João Bosco, "Dai-me almas" deseja salvar a alma de todos e funda a companhia da Imaculada, da qual sairão os melhores colaboradores do fundador dos salesianos. Tomado por uma grave enfermidade aos quinze anos, regressa ao lar paterno da aldeira de Mondonio (município de Castelnuovo d'Asti), onde morre serenamente com a alegria de ir ao encontro do Senhor, exclamando aos seus pais: " adeus queridos pais, estou tendo uma visão linda! Que lindo!"
O
papa Pio XII o proclamou santo em 12 de junho de 1954.


Mártires Pe. Manuel e Adílio



Beatos Mártires Pe. Manuel Gomez Gonzalez e coroinha Adílio Daronch de Nonoai, RSBiografias, história do martírio e informaçõesHá oitenta anos, no sertão do Alto Uruguai, região norte do Estado do Rio Grande do Sul, dava-se um crime bárbaro: Pe. Manuel Gómez González e seu coroinha Adílio Daronch eram assassinados com requerentes de crueldade. Este tempo não foi suficiente para apagar da memória popular o exemplo de coragem, profetismo e espírito missionário dos Mártires do Alto Uruguai.Pe. Manuel Gomez Gonzalez, filho de José e Josefa, nasceu em 29 de maio de 1877, em São José de Ribarteme, Diocese de Tuy, na Espanha. Recebeu o batismo no dia seguinte. Seu sonho de menino de ser padre realizou-o em 24 de maio de 1902.Em 1904, depois de exercer seu ministério sacerdotal em sua terra natal, passou para a Arquidiocese de Braga, Portugal, onde foi pároco das Paróquias Nossa Senhora do Extremo (1905-1911), e de Santo André e São Miguel de Taias e Barrocas (1911-1913).Em 1913, devido à perseguição religiosa à Igreja Católica Portuguesa, obteve licença para vir ao Brasil. Chegando ao Brasil, apresenta-se ao Bispo de Rio de Janeiro e é encaminhado ao Bispo de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que o nomeia pároco de Soledade - RS em 23 de janeiro de 1914.Há 29 de dezembro de 1915 é nomeado pároco da Paróquia de Nonoai, região norte do estado. Em Nonoai desempenhou sua missão evangelizando seu povo com esmero e dedicação até 1924.No exercício de seu ministério em Nonoai se cruzam os caminhos de Pe. Manuel e de Adílio Daronch, outro jovem mártir. Adílio nasceu no dia 25 de outubro de 1908, em Dona Francisca, Município de Cachoeira do Sul – RS. Seus pais, Pedro Daronch e Judite Segabinazzi, tinham 08 filhos: Ermínia, Abílio, Adílio, Zulmira, Anita, Carmelinda, João e Vilma. Em 1911, a família transferiu-se para Passo Fundo e, em 1913, para Nonoai. Fazia parte do grupo de adolescentes que acompanhavam o Pe. Manuel em visita às comunidades do interior, inclusive a dos índios Kaingang. Além de servir o Altar, Adílio e outros colegas, eram alunos da escola pelo padre fundada e dos quais era também professor.Pe. Manuel sabia do perigo que enfrentava. Não foi nada fácil como ele próprio expressa numa de suas cartas, datada há 11 de janeiro de 1916, a Dom Miguel Lima Verde, bispo de Santa Maria: "Com bastante dificuldade terei que lutar, mas tudo desaparecerá com a ajuda de Deus"(Carta ao Bispo de Santa Maria, D. Miguel de Lima Valverde, datada de 11 de janeiro de 1916). Pe. Manuel refere-se ao contexto histórico da Revolução de 1923.Enio Felipin e Teresinha Derosso, em recente publicação, descrevem esse cenário com detalhes: "O Rio Grande do Sul viu seu chão, manchado pelo sangue de homens, tombados pela cruel Revolução de 1893, que teve como marca a degola, dilacerando vidas e trazendo desgraça e tristeza para muitas famílias. Essa Revolução deixou sentimentos de vingança e violência em muitos corações, que teve quase continuidade na Revolução de 1923, ocorrendo nesta, muito banditismo misturado às causas do combate. Homens violentos e vingativos, sem seleção alguma, integravam os corpos provisórios da infantaria, espalhando a morte e o terror por onde passavam... A região norte do Estado, o Alto Uruguai, foi a primeira a sofrer pela revolução, por anos de sangue, saques e baixas vinganças. As cidades de Passo Fundo e Palmeira das Missões foram atacadas pelos caudilhos Mena Barreto e Leonel da Rocha. O general Fermino de Paula defendeu Passo Fundo e o general Valzumiro Dutra defendeu Palmeira. Eram maragatos e chimangos promovendo cenas de sangue, fazendo o povo sofrer muito. Até o padre Manuel Roda, pároco de Palmeira, sofreu perseguições pelos revolucionários, retirando-se para a Argentina" (DEROSSO, Teresinha e FELIPIN, Enio. Mártires da Fé: Pe. Manuel Gómez Gonzalez e Coroinha Adílio Daronch.Gráfica e Editora Pluma, 2003, pp. 22-23)Em 1924, devido à vacância da Paróquia de Palmeira das Missões, o Bispo de Santa Maria, determinou ao Pe. Manuel para atender os cristãos do sertão do Alto Uruguai. Lá foi ele com a missão de batizar, celebrar casamentos e primeiras comunhões, e catequizar o povo daquela vasta região, mas sabendo do perigo que devia enfrentar. Noutra carta expressa sua angústia: "Devido ao meu estado de saúde, a anormalidade deste município e não havendo garantias de vida, por estar toda esta zona desde Nonohay até Palmeira em poder dos revolucionários... e temendo ser agredido na estrada... ou ficar de a pé, suplico a Vossa Excelência Reverendíssima, humildemente me dispense deste cargo ao menos enquanto durar este estado anormal..."(Carta ao Bispo de Santa Maria, datada há 08 de agosto de 1923). Encorajado pela fé pôs-se à missão.Foi a caminho dessa missão e numa perseguição pelas comunidades de colonos, próximo de Três Passos, distante 250km de Nonoai, sua paróquia, que Pe. Manuel e seu coroinha Adílio caíram numa emboscada armada por soldados provisórios. Foram amarrados, maltratados... Tudo terminou com dois tiros no sacerdote e três tiros no menino de 15 anos. Era dia 21 de maio de 1924. Foram sepultados no mesmo cemitério que iriam abençoar.Manuel, homem de fé, com bondade e paciência, soube exercer seu trabalho pastoral. Reativou o apostolado, realizou um fecundo trabalho com as crianças, abrindo uma escola gratuita. De espírito humanitário trabalhou pelo bem da cidade e do seu povo: constrói uma olaria, hotel e, com a ajuda da comunidade, construiu casas para os sem-teto de Nonoai. De preocupação inovadora, introduziu o cultivo de novos produtos junto aos agricultores de sua região. Incansável propagador da paz fez ecoar sua voz por todos os cantos: "Peço a Deus que isto que se está dando em nosso Estado cesse quanto antes e venha uma paz para ambos os partidos".(Carta ao Bispo de Santa Maria, D. Atico Eusébio da Rocha, datada de 18 de julho de 1923).Adílio, testemunho leigo, deixou-se seduzir pelo Senhor e colocou-se a serviço de seu Altar redentor. Vítima inocente de uma época de violências mostrou sua coragem e sua fé. Um exemplo de zeloso cuidado com as coisas de Deus. Nele nossos adolescentes e jovens devem buscar a inspiração para seus ideais.E, por fim, poderíamos dizer que "destruíram os corpos, mas continua a seiva viva do testemunho a correr nas pessoas que conheceram e que crêem no projeto dos dois ‘mártires’".São testemunhos assim que atraem milhares de romeiros e romeiras devotos todos os anos ao Santuário Nossa Senhora da Luz e dos Servos de Deus Pe. Manuel e Coroinha Adílio, em especial, por ocasião da Romaria no terceiro domingo de maio.Fama de santidadeDesde a divulgação dos crimes foram chamados de mártires pelo povo. Todo dia de finados era rezada missa pelos mártires, com presença cada vez maior de peregrinos.Em março de 1964, por determinação do Bispo Diocesano de Frederico Westphalen, Dom João Hoffmann (in memoriam), os restos mortais do Padre Manuel Gómez González e do Coroinha Adílio Daronch foram exumados e colocados em duas caixas de madeira.No dia 03 de março de 1964, tendo a frente Dom João Hoffmann, iniciou-se longa e solene peregrinação com os restos mortais dos dois mártires por Paróquias e Capelas inscritas num roteiro.No final de maio daquele ano as preciosas relíquias entravam solenemente na cidade de Nonoai. A recepção dos despojos do antigo Vigário e do seu fiel Coroinha ocorreu por autoridades Eclesiais, Civis e uma multidão de fiéis. Ao meio dia, foram colocados no Mausoléu ao lado da Igreja Matriz Nossa Senhora da Luz. Desde então vem sendo celebrada anualmente a Romaria Penitencial ao Santuário Nossa Senhora da Luz, em Nonoai - RS. Neste ano acontece a 40ª edição.Oração para a beatificação e canonização"Ó Deus de bondade, que vos comprazeis em acudir as necessidades de vosso povo em atenção aos méritos dos justos, concedei-nos, por intermédio de vossos servos, Pe. Manuel e Adílio, a graça que vos pedimos, pois eles foram fiéis na terra, testemunhando com o próprio sangue sua fé no Redentor.Fazei que, para vossa maior glória e proveito dos fiéis, sejam glorificados na terra com as honras da Beatificação e Canonização. Por Cristo Senhor Nosso. Amém."Resultado da enquete realizada neste site sobre os Mártires:Você conhecia algo sobre os mártires de Nonoai?Conhecia muito bem: 10,56%Conhecia um pouco: 6,83%Somente tinha ouvido falar: 4,97%Nunca tinha ouvido falar: 77,64%InformaçõesDia da memória litúrgica: 21 de maioRestos Mortais dos mártires: na Capela dos Mártires, anexo ao Santuário N. S. da Luz, em Nonoai, RS.Para comunicar graças alcançadas sobre os mártires e maiores informações:Paróquia e Santuário Nossa Senhora da LuzAv. Rocha Loires, 340 – Caixa Postal, 2299.600-000 – NONOAI – RSFone: (54)362-1284/362-2516(Pe. Altair Antônio Claro - Pároco do Santuário Nossa Senhora da Luz, Nonoai – RS)E-mail: nossaluz@slavenet.com.brLinks:www.diocesefw.com.br (Diocese de Frederico Westphalen)www.martiresdenonoai.com.br (Mártires de Nonoai)www.beatosdors.com.br (Beatos Mártires do RS)Causa de Canonização"Nada Obsta" recebido em 29/03/1996, permitindo a abertura da causa, o que ocorreu em 14/06/1996, na diocese de Frederico Westphalen. Encerrada essa fase diocesana em 12/05/1997, e enviada a Roma, pelo Postulador Frei Paolo Lombardo. Vice-postulador no Brasil: Pe. Arno Maldaner. Coleta de novos documentos em 1998, enquanto se preparava a POSITIO. Inicio do julgamento de mérito da causa e voto da Comissão Histórica aos 14/02/2001. Decreto Sobre o Martírio em 16/dezembro/2006, e beatificação em 21/outubro/2007, em Frederico Westphalen, RS, em cerimônia presidida pelo Delegado Papal, o Cardeal Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

Beata Albertina Rogai por Nós


Beata Albertina Berkenbrock (Imaruí, 11 de abril de 191915 de junho de 1931) foi uma menina brasileira a quem são atribuídos milagres que, em 2007, foi declarada oficialmente beata pela Igreja Católica Apostólica Romana.
Conhecida pelo povo da
Diocese de Tubarão como “a nossa Albertina”, também conhecida como a Maria Goretti brasileira. Nasceu na comunidade de São Luís, município de Imaruí, estado de Santa Catarina. Era filha do casal de agricultores, Henrique e Josefina Berkenbrock, e teve mais oito irmãos e irmãs. Foi batizada no dia 25 de maio de 1919, crismou-se a 9 de março de 1925 e fez a primeira comunhão no dia 16 de agosto de 1928. Assassinada em 15 de junho de 1931, aos doze anos de idade. Teve vida simples e humilde no meio rural do seu município natal.
A ela foram atribuídos
milagres após sua morte violenta, depois de tentativa de estupro. Os milagres seriam obtidos por invocação junto a seu túmulo, o que motiva peregrinações.
A 44ºAssembléia da
CNBB, realizada em maio de 2006 formulou o seguinte pedido de beatificações:
"A Assembléia, em reunião reservada, acolheu favoravelmente a proposta de D. Jacinto Bergmann, Bispo de Tubarão, para que fosse apresentado ao
Papa o pedido de beatificação de vários Servos de Deus do Brasil, cujo processo já está em fase adiantada na Congregação das Causas dos Santos. São eles: Lindalva Justo de Oliveira, Albertina Berkenbrok, Manuel Gómez González e Adílio Da Ronch (mártires), Francisca de Paula de Jesus (Nhá Chica) e Dulce Lopes Pontes. Os bispos assinaram o pedido a ser encaminhado ao papa Bento XVI (2ª sessão reservada)".
A serva de Deus, Albertina Berkenbrock, com o decreto de
beatificação, assinado pelo Papa Bento XVI, no dia 16 de dezembro de 2006, foi beatificada em 20 de outubro de 2007

sexta-feira, 9 de julho de 2010


São João Crisóstomo
Rogai por Nós!
Natural de Antioquia, filho de uma família cristã, estudou, na sua cidade natal sob Libânio, filosofia e retórica. Com a idade de vinte e um anos, depois de estar três anos a colaborar com o bispo Melécio de Antioquia, e de ter recebido o baptismo, foi ordenado leitor. Contra a oposição familiar, viveu alguns anos como ermitão no deserto.
Ao longo deste tempo continuou o estudo das escrituras sagradas e, quando regressou a Antioquia foi ordenado Diácono por Melécio e Sacerdote pelo bispo Flaviano em 386. Acto contínuo, este último encarregou João Crisóstomo das pregações na principal igreja da cidade, cargo que desempenhou até 397. Este período de doze anos, foi o mais fecundo da sua vida e nele proferiu as sua homilias mais conhecidas e que, no século VI, lhe valeriam o qualificativo que passou a fazer parte inseparável do nome com que passou para a posteridade: crisóstomo, isto é, boca de ouro.
Os últimos anos de sua vida foram tumultuosos. Foi eleito bispo de Constantinopla em 397 e Teófilo de Alexandria foi, contra a vontade deste, obrigado a consagrá-lo bispo, coisa que não perdoaria jamais a João. Uma vez bispo, quis começar uma restauração eclesiástica na qual - quiçá por falta de habilidade - a sua boa, e decidida, vontade se deparou com os obstáculos existentes e com os muitos interesses de alguns privilegiados. Pouco a pouco entrou em conflito com parte do clero, e, pouco depois, com a imperatriz Eudoxia.
Nesta situação, Teófilo de Alexandria conseguiu reunir aquele que depois viria a ser chamado o Sínodo da Encina, perto de Calcedónia, onde, com acusações falsas, conseguiu que Crisóstomo fosse deposto e desterrado pelo Imperador. O povo de Constantinopla, em especial os mais desfavorecidos - por quem João tanto havia feito - amotinou-se e João, no dia seguinte ao da sua saída, voltou para a sua sé episcopal.
Contudo, poucos meses depois, a situação voltou a piorar e acabou por ser desterrado para a Arménia em 404, de onde, a pedido próprio - por causa do perigo que podia representar para a sua vida a inveja de seus inimigos face às multidões que a ele acudiam -, foi de novo desterrado para um lugar mais distante, na extremidade oriental do Mar Negro. A caminho deste seu último desterro, morreria no ano de 407. Os seus restos mortais foram levados para Constantinopla em 438, e o Imperador Teodósio II, filho de Eudoxia, pediu publicamente perdão em nome de seus pais.
Desde o dia 1 de maio de 1626 o seu corpo repousa na Basílica de São Pedro e, em 27 de novembro de 2004, o Papa João Paulo II doou parte das suas relíquias ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu I e, desta forma, tanto na Basílica Vaticana como na Igreja de São Jorge no Fanar é agora venerado este grande Padre da Igreja.

A obra teológica
A produção teológica de João Crisóstomo é extraordinariamente vasta e é composta fundamentalmente por sermões, ainda que contenha também alguns tratados de importância considerável e um significativo número de cartas.
De entre as suas homilias podem ser realçadas aquelas que versam quer sobre aspectos doutrinais, quer sobre questões polémicas: "Sobre a natureza incompreensível de Deus", "As Catequeses baptismais"; "Homilias contra os judeus", são algumas delas. Relevantes são, ainda, as suas homilias exegéticas, de entre as quais se deve salientar: "Sobre o Evangelho de Mateus" (num total de 90), "Sobre a Carta aos Romanos" (32); "Sobre o Evangelho de João"; "Sobre a Epístola aos Hebreus" (34) e as 55 homilias "Sobre o Livro dos Actos dos Apóstolos", naquele que é o único comentário completo e exaustivo sobre este livro da Bíblia que a antiguidade cristã nos deixou. No que diz respeito aos "tratados", devemos salientar: “Sobre o sacerdócio"; "Sobre a vida monástica"; "Sobre a virgindade". As cartas são cerca de 250 e pertencem, todas elas, ao período do seu desterro.

Esboço de um pensamento
A humanidade e a divindade de Jesus: «O Apóstolo diz, "Sendo de forma (condição) divina." (Fil 2, 6) Se diz "de forma (condição)" como podeis sugerir, vós, ó arianos, que Ele era uma energia? Mas não diz-nos a seguir que "esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens." (Fil 2, 7) "A forma de servo" é, porventura, a energia de um servo ou a natureza de um servo? É evidente que é a natureza de um servo. Assim, a "forma de Deus" indica que era de igual natureza do que Deus, que era Deus e não uma energia.»
— Sobre a Carta aos Filipenses VI, in Flp 2, 5-8
João Crisóstomo tem uma importância impar enquanto exegeta na medida em que ele é a norma teológica significativa da Escola de Antioquia. Não recusando as leituras alegóricas e místicas dos textos da Biblia, defendia que as mesmas só deveriam ser normativas quando os próprios autores das mesmas sugerissem, directa ou indirectamente, este significado mais profundo que, não obstante, ele reconhecia como sendo o mais autêntico.
A sua cristologia, com uma clara finalidade ortodoxa que o leva a evitar contendas, orbita sobre as afirmações inequívocas de que Jesus Cristo é simultaneamente verdadeiramente Deus e verdadeiramente Homem numa mesma pessoa. Acredita na, e defende a, presença real de Cristo na Eucaristia. Para João a figura de Maria (mãe de Jesus) é, igualmente, de grande importância: ela é a primeira dos que creram em Jesus e, assim, o deutero-modelo da vida cristã (sendo o modelo primeiro, primigénito e generativo o próprio Jesus Cristo). A atenção de João Crisóstomo para com os mais desfavorecidos é uma das suas mais relevantes características, a ponto de ter sido ele a celebrizar a expressão «o pobre é um "Alter Christus"». Para ele, de facto, oferecer atenção e dedicação a um pobre é dar ao próprio Cristo: «Não há diferença alguma em dar ao Senhor e dar ao pobre, pois Ele mesmo disse "quem dá a estes pequenos é a mim que dá."» ("Sobre o Evangelho de Mateus", LXXXVIII, 2-3)
Comentando os Atos dos Apóstolos, São João Crisóstomo propõe "o modelo da Igreja primitiva, como modelo da sociedade, desenvolvendo uma "utopia social", a idéia de uma cidade ideal, tratando de dar uma alma e um rosto cristão à cidade. Em outras palavras, Crisóstomo entendeu que não era suficiente dar esmolas, ajudar aos pobres, caso a caso, mas que era necessário criar uma estrutura, um novo modelo de sociedade (...) baseada na visão do Novo Testamento. Por isso, podemos considerá-lo um dos grandes pais da Doutrina Social da Igreja." [1]

As controvérsias com o judaísmo
João Crisóstomo - por causa de um conjunto de homílias que emitiu sobre a necessidade dos cristãos delimitarem o âmbito religioso da sua fé, face a um convívio social intenso com a comunidade judaica, que João via como extremamente benéfica e salutar, mas que a sua posteridade, ignorando este contexto, delas se serviu para o tachar de anti-judeu - ficou também célebre pelas suas posições face àquela que devia ser, em seu entendimento, a correcta relação dos cristãos com as comunidades judaicas. Este seu empenho está bem patente em alguns dos seus sermões. Num deles pode-se ler:
«Não vos deixem surpreender por eu ter chamado os Judeus de desastrosos. Porque eles são mesmo desastrosos e miseráveis. Aqueles que rejeitaram tão ferverosamente e recusaram as muitas boas coisas que o céu lhes colocou nas mãos. Eles conheceram os profetas desde a infância e crucificaram aquele que tinham profetizado. Aqueles que foram chamados a ser filhos desceram à raça de cães.»
«Animais sem entendimento, quando gozam de manjares que enchem e engordam, tornam-se mais difíceis e incontroláveis e não tolerarão uma canga ou rédeas, ou a mão do condutor. E o mesmo com a nação dos Judeus: porque eles se voltaram para o mal extremo, tornaram-se irrequietos e não aceitaram o jugo de Cristo nem serem colhidos pela ceifa dos seus ensinamentos.»
«Tais animais que não pensam são próprios para o abate, porque eles não são próprios para trabalhar. Os Judeus não têm experiência nisso: porque se mostraram inúteis para o trabalho, eles tornaram-se apropriados para serem mortos. Eu sei que muitas pessoas respeitam os Judeus e vêem a sua vida como honorável. Eu exorto-vos por isso a colher esse preconceito depravado pelas raízes. Já disse que a sinagoga não é melhor do que um teatro. Na verdade, a sinagoga não é apenas um bordel e um teatro, mas também um antro de ladrões e abrigo para selvagens. E não apenas para selvagens mas mesmo para selvagens impuros.»
Após a sua morte em 407, os seus oito sermãos acerca dos judeus circularam por toda a Igreja e foram traduzidos, entre outras línguas, para latim, sírio e russo. Fragmentos destes sermões foram incluídos na Liturgia Bizantina para a Semana Santa e só dela removidos já no século XX.
Não se pode, contudo, classificar essas posições como meramente "anti-semitas". Obviamente João Crisóstomo não pode ser encarado como estrito amigo dos judeus - embora tivesse amigos entre as comunidades judaicas -, mas, no outro extremo, não pode ser também classificado como um mero anti-semita, como se um fosse um nazi. Os seus textos devem ser entendidos dentro do universo em que foram inscritos.
A intenção não era a de propor represália políticas ou sociais contra os judeus: o ponto de vista era meramente teológico, baseado no fato de que alguns judeus terem participado na morte de Jesus Cristo de modo pró-ativo. Igualmente, ao acreditar que o cristianismo era a única verdadeira religião - numa posição que, embora maioritária, outros teólogos cristãos, de sempre, foram mitigando ao admitirem que todas as religiões tinham sementes de verdade -, o facto de os judeus praticarem uma religião diversa, apesar de Cristo ter proclamado que tinha vindo até eles para o seu bem - o próprio Cristo era, ele mesmo, afinal, judeu -, tornavam-se, do seu ponto de vista teológico, reprováveis.

A Divina Liturgia de São João Crisóstomo
João Crisóstomo escreveu uma liturgia que é uma versão resumida da Liturgia de São Basílio, compondo com esta e com a Liturgia dos Dons Pré-Santificados as formas de celebração eucarística do Rito Bizantino. A Liturgia de S. João Crisóstomo é usada na maior parte do ano litúrgico das igrejas orientais.
Por ocasião do XVI Centenário da sua morte, celebrou-se no Instituto Patrístico "Augustinianum" de Roma, entre 8 e 10 de novembro de 2007, o "Congresso Internacional sobre São João Crisóstomo."
O "X Simpósio Intercristão", promovido pelo Instituto Franciscano de espiritualidade da Pontifícia Universidade Antonianum e pelo Departamento de teologia da Faculdade teológica da Universidade Aristóteles de Tessalônica, na ilha de Tinos, teve como tema "São João Crisóstomo, ponte entre o Oriente e o Ocidente", no XVI centenário da sua morte.

terça-feira, 6 de julho de 2010

ejccotia.ning.com
Stª Maria Goretti, Rogai por nós!

Por amor de Jesus perdôo-o e quero que venha comigo para o paraíso.” Era o dia seis de julho de 1902.

Maria Teresa Goretti, ou Marieta, como chamavam familiarmente os seus parentes, não é a única menina que preferiu sucumbir antes que cederás insídias de um tarado. Quase todos os dias os jornais referem-se a fatos de violências exercidas sobre meninas indefesas.

O motivo principal pelo qual a Igreja quis apresentar o exemplo desta menina de doze anos não é só a defesa ao extremo de uma virtude como a pureza, mas toda a sua vida exemplar, a decidida escolha não em razão da honra, mas do mandamento divino: “Não, não, Deus não quer; é pecado!”, gritou ao moço de 18 anos, Alexandre Serenelli, que procurava fazer-lhe violência.

A família Goretti, originária de Corinaldo, da província de Ancona, obrigada pela necessidade havia emigrado para o inóspito Agro Pontino na localidade Ferrieri di Conca, a dez quilômetros de Netuno, pelos fins do século passado.

A família, acostumada aos duros trabalhos dos campos, se arranjou do melhor modo que pode num casarão abandonado e enquanto o pai e a mãe trabalhavam na lavoura, Maria cuidava dos quatro irmãozinhos mais novos que ela.

Perdeu o pai quando tinha apenas dez anos. Morreu por doença. Assim mamãe Assunta, para ganhar o necessário à vida ficava o dia inteiro no trabalho do campo e Maria, que não tinha tido meios de freqüentar a escola senão um pouco, logo teve de renunciar totalmente.

Cuidava da casa e dos irmãos e quando podia corria à longínqua igreja para aprender catecismo. Assim, aos doze anos, num domingo de maio, pode fazer a primeira comunhão.

Era uma menina muito crescida, pela sua idade, e por isso chamou a atenção de Alexandre Serenelli, um irrequieto jovem.

Suas provocações foram energicamente desprezadas. Mas Alexandre não desistiu. Uma manhã quando mamãe Assunta partiu para o trabalho, deixando em casa só Marieta com a irmãzinha menor (que mais tarde se fez freira entre as franciscanas missionárias da Imaculada), após mil rejeições da parte da menina, apunhalou-a com vários golpes.

Transportada ao hospital de Netuno, morreu no dia seguinte, pronunciando palavras de perdão para o assassino: “Por amor de Jesus perdôo-o e quero que venha comigo para o paraíso.” Era o dia seis de julho de 1902.

Condenado aos trabalhos forçados, Alexandre Serenelli obteve perdão por sua boa conduta após 27 anos. Em 1910 ele disse ter tido uma visão da pequena mártir e desde aquele momento sua vida mudou. A mãe, os irmãos e o próprio assassino puderam assistir em 1950 a solene canonização de Marieta, a jovem que não se deixou contaminar pela doença do pecado.


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segunda-feira, 5 de julho de 2010


Vocação de Bento XVI


Em Aschau começam os primeiros vislumbres da vocação sacerdotal, o jovem Ratzinger se deixa tocar pelos atos litúrgicos do povoado os quais frequenta com piedade, entrementes o avanço do novo sistema político e, com ele, a oposição da Igreja. Em fevereiro de 1937 tem lugar a Kristallnacht em que as juventudes hitleristas apredejam as vitrines das lojas dos judeus. Pouco tempo depois Pio XI promulga a Encíclica Mit brennender Sorge, em que condena as teorias nacional-socialistas. Neste ano seu pai, então sexagenário, aposentou-se e a família mudou-se para Traunstein.[10]
Nos anos de ginásio em Traunstein aprendera o latim que ainda era ensinado com rigor, o que muito lhe valeu como teólogo, pode ler as fontes em latim e grego e, em Roma, durante o Concílio, comenta, foi-lhe possível adaptar-se com rapidez ao latim dos teólogos que lá se falava, embora nunca tivesse ouvido palestras nessa língua. A formação cultural com base na antiguidade greco-latina propiciada naquele ambiente "criava uma atitude espiritual que se opunha às seduções da ideologia totalitária"[11]
Com o Anschluss e a fronteira da Áustria aberta a família pode ir com mais frequência a Salzburgo e em peregrinação a Maria Plain, ali puderam assistir a diversas apresentações musicais: "Foi ali que Mozart entrou até o fundo da minha alma. Não é um simples divertimento: a música de Mozart encerra todo o drama do ser humano", afirma.[12] Pela Páscoa de 1939 ingressa no seminário-menor em Traunstein, por indicação do pároco, para que pudesse iniciar de forma sistemática na vida eclesiástica.

Vida religiosa e acadêmica
Com o irmão, Georg Ratzinger, Joseph entrou num seminário católico. Em 29 de Junho de 1951, foram ambos ordenados sacerdotes pelo Cardeal Faulhaber, Arcebispo de Munique.

O Cardeal Joseph Ratzinger.

O Cardeal Joseph Ratzinger durante uma celebração eucarística.
A partir de 1952 iniciou a sua atividade de professor na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising lecionando teologia dogmática e fundamental. Em 1953, obteve o doutoramento em teologia com a tese "Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho". Sob a orientação do professor de teologia fundamental Gottlieb Söhngen, obteve a habilitação para a docência apresentando para isto dissertação com título de "A teologia da história em São Boaventura"
Lecionou ainda em Bonn (1959 - 1963); em Münster (1963 - 1966) e em Tubinga (1966 - 1969) onde foi colega de Hans Küng e confirmou uma certa visão tradicionalista como oposição às tendências marxistas dos movimentos estudantis dos anos 1960. A partir de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde chegou a ser Vice-Reitor.
No Segundo Concílio do Vaticano (19621965), Ratzinger assistiu como peritus (especialista em teologia) do Cardeal Joseph Frings de Colónia. Foi também quem apresentou a proposta da realização da missa em língua local em vez do latim.
Fundou em 1972, junto com os teólogos Hans Urs von Balthasar (1905-1988) e Henri De Lubac (1896-1992), a revista Communio, para dar uma resposta positiva à crise teológica e cultural que despontou após o Segundo Concílio do Vaticano.[20]
Recebeu o título de doutor honoris causa das seguintes instituições: College of St. Thomas em St. Paul (Minnesota, Estados Unidos), em 1984; Universidade Católica de Eichstätt, em 1987; Universidade Católica de Lima, em 1986; Universidade Católica de Lublin, em 1988; Universidade de Navarra (Pamplona, Espanha), em 1998; Livre Universidade Maria Santíssima Assunta (LUMSA, Roma), em 1999 e da Faculdade de Teologia da Universidade de Wroclaw (Polônia) no ano 2000 e era ainda Membro honorário da Pontifícia Academia das Ciências.


História de Santa Rita


Filha única, foi mãe, viúva, religiosa e estigmatizada. Nasceu em maio do ano 1381, um ano depois da morte de Santa Catarina de Siena. A casa natal de Santa Rita está perto de Cássia, entre as montanhas, a umas quarenta milhas de Assis, na Úmbria, região do centro da Itália que mais santos tinha dado à Igreja (São Benedito, Santa Escolástica, São Francisco, Santa Clara, Santa Ângela, São Gabriel, Santa Clara de Montefalco, São Valentim e muitos mais).
Sua vida começou em tempo de guerras, terremotos, conquistas e rebeliões. Países invadiam países, cidades atacavam as cidades vizinhas, vizinhos lutavam com os vizinhos, irmão contra irmão. Os problemas do mundo pareciam maiores que a política e os governos eram capazes de resolver. Nascida de devotos pais, Antonio Mancini e Amata Ferri, que se conheciam como os "Pacificadores de Jesus Cristo", pois os chamavam para apaziguar brigas entre vizinhos.
Eles não necessitavam de discursos poderosos nem discussões diplomáticas, somente apelavam a Jesus. Sentiam que somente assim se podem apaziguar as almas. Apesar da idade avançada de Amata (62 anos), nem por isso deixavam de confiar em Deus e foi assim que Deus, acredita-se, atendeu às suas preces: conta a história que um anjo apareceu a ela e lhe revelou que daria à luz uma menina que seria a admiração de todos, escolhida por Deus para manifestar a todos os seus prodígios.

O matrimônio
Seus pais, sem ter aprendido a ler ou escrever, ensinaram a Rita desde menina tudo acerca de Jesus, a Virgem Maria e os mais conhecidos santos. Rita, igual a Santa Catarina de Siena, nunca foi à escola para aprender a escrever ou a ler (A Santa Catarina foi, conforme se crê, dada a graça de ler milagrosamente por Jesus Cristo); para Santa Rita seu único livro era o crucifixo.
Ela queria ser religiosa durante toda sua vida, mas seus pais, Antônio e Amata, avançados em idade, escolheram para ela um esposo, Paolo Ferdinando, o que não foi uma decisão muito sábia. Mas Rita obedeceu. Os católicos creem que quis Deus assim dar-nos nela o exemplo de uma admirável esposa, cheia de virtude, ainda nas mais difíceis circunstâncias.
Depois do matrimônio, seu esposo demonstrou ser bebedor, mulherengo e abusador. Ela padeceu no longo período de dezoito anos que viveu com seu esposo. Muitas vezes bebeu o "cálice da amargura" até a última gota, incontáveis foram os atos de paciência e resignação que praticou, as lágrimas ardentes que derramou. Injuriada sem motivo, não tinha uma palavra de ressentimento; espancada, não se queixava e era tão obediente que nem à igreja ia sem a permissão de seu brutal marido.
A mansidão, a docilidade e a prudência da esposa, porém, suavizaram aquela rude impetuosidade, conseguindo transformar em manso cordeiro aquele leão furioso. Com que eloquência ensinava às suas vizinhas casadas o modo de manter a paz e a harmonia com seus esposos. Elas, admiradas por nunca terem visto divergências em casa de Rita, iam com frequência consolar-se com ela e expor os dissabores e ultrajes que recebiam de seus maridos.
À imitação de Santa Mônica, Rita lhes respondia: "Lembrai que, desde o momento em que recebemos nossos esposos, como maridos, aceitamo-los como nossos donos e senhores, e assim lhes devemos amor, obediência e respeito, pois isso significa ser casadas! Notai que não tem menos culpa a mulher que fala mal de seu marido do que o marido que, com incorreto proceder, dá ensejo à mulher para que fale mal". Por isso, não permitia que em sua presença se murmurasse dos defeitos alheios. Por esse meio conseguiu desterrar de muitos o péssimo costume de falar mal dos outros.
Encontrou sua fortaleza em Jesus Cristo, em uma vida de oração, sofrimento e silêncio. Tiveram dois gêmeos, os quais herdaram o temperamento do pai. Rita se preocupou e orou por eles. Depois de vinte anos de matrimônio e oração por parte de Rita, o esposo se converteu, pediu-lhe perdão e lhe prometeu mudar sua forma de ser. Rita perdoou e ele deixou sua antiga vida de pecado. Passava o tempo com Rita nos caminhos de Deus.
Isso não durou muito, porque, enquanto seu esposo havia se reformado, não foi assim com seus antigos amigos e inimigos. Uma noite, Paolo não chegou em casa. Antes de sua conversão, isso não teria sido estranho, mas no Paolo reformado isso não era normal. Rita sabia que algo havia ocorrido. No dia seguinte, encontraram-no assassinado.
Sua pena foi aumentada quando seus dois filhos, que eram maiores, juraram vingar a morte de seu pai. As súplicas não conseguiram dissuadi-los. Foi então que Santa Rita compreendeu que mais vale salvar a alma que viver muito tempo: rogou ao Senhor que salvasse as almas de seus dois filhos e que tirasse suas vidas antes que se perdessem para a eternidade por cometer um pecado mortal. O Senhor aparentemente respondeu a suas orações: os dois padeceram de uma enfermidade fatal.
Durante o tempo de enfermidade, a mãe lhes falou docemente de amor e do perdão. Antes de morrer, conseguiram perdoar aos assassinos de seu pai. Rita esteve convencida de que eles estavam com seu pai no céu.

Entrada na vida religiosa
Ao estar sozinha, não se deixou vencer pela tristeza e pelo sofrimento. Santa Rita quis entrar no convento com as irmãs agostinianas, mas não era fácil conseguir. Não queriam uma mulher que havia estado casada. A morte violenta de seu esposo deixou uma sombra de dúvida. Ela se voltou de novo a Jesus em oração. Ocorreu então o que se crê como um milagre. Uma noite, enquanto Rita dormia profundamente, ouviu que a chamavam: "Rita, Rita, Rita!" Isso ocorreu três vezes, na terceira vez Rita abriu a porta e ali estavam Santo Agostinho, São Nicolau de Tolentino e São João Batista, de qual ela havia sido devota desde muito menina.
Eles lhe pediram que os seguissem. Depois de correr pelas ruas de Roccaporena, no pico de Scoglio, onde Rita sempre ia orar, sentiu que a levantaram no ar e a empurravam suavemente. Encontrou-se acima do monastério de Santa Maria Madalena em Cássia. Então caiu em êxtase. Quando saiu do êxtase, encontrou-se dentro do monastério, embora todas as portas estivessem trancadas. Ante aquele milagre, as monjas agostinianas não lhe puderam negar entrada.
Finalmente aceita na ordem, consta que ali teria plantado uma roseira (ainda existente), que todos os anos dá flores em pleno inverno. É admitida e faz a profissão nesse mesmo ano de 1417, e ali passa quarenta anos de consagração a Deus.

Suas provações
Durante seu primeiro ano, Rita foi posta à prova por suas superioras. Foi-lhe dada a passagem da Escritura do jovem rico para que meditasse. Um dia, Rita foi posta à prova por sua Madre Superiora. Para colocar à prova a obediência da noviça, a superiora do convento ordenou-lhe que regasse de manhã e à tarde um galho seco, provavelmente um ramo de videira ressequido e já destinado ao fogo. Rita não ofereceu dificuldade alguma e de manhã e de tarde, com admirável simplicidade, cumpria essa tarefa, enquanto as irmãs a observavam com irônico sorriso. Isso durou cerca de um ano, segundo algumas biografias da santa.
Rita o fez obedientemente e de boa maneira. Uma manhã, a planta se havia convertido em uma videira com flores e deu uvas que se usaram para o vinho sacramental. Desde esse dia segue dando uvas

Amor à Paixão de Cristo
Rita meditava muitas horas na paixão de Cristo, meditava nos insultos, nos desprezos, nas ingratidões que sofreu em seu caminho ao Calvário. Durante a Quaresma do ano 1443, foi a Cássia um pregador chamado Santiago de Monte Brandone, que deu um sermão sobre a paixão de Cristo que tocou tanto a Rita que, a seu retorno ao monastério, pediu fervorosamente ao Senhor ser participante de seus sofrimentos na cruz.
Dum modo especial exercitava-se na contemplação dos mistérios da Paixão e Morte de Jesus, a tanto chegou o seu amor na consideração das dores de Jesus que, um dia, prostrada aos pés do Crucificado, pediu amorosamente ao Senhor que lhe fizesse sentir um pouco daquela imensa dor que ele havia sofrido pregado na cruz. Conforme a história, da coroa que cingia a cabeça da imagem do Redentor, desprendeu-se um espinho, que se cravou na fronte da santa, causando-lhe intensíssimas dores até à morte.
Aquela ferida era, na verdade, fonte de celestiais doçuras para a santa, mas, ao mesmo tempo, de desgosto para as religiosas, que não podiam suportar a vista daquela repugnante ferida, vendo-se, por esse motivo, obrigada a viver isolada de suas amadas irmãs. A santa aceitou isso como um novo favor do céu, ficando, assim, livre para tratar mais intimamente com Deus. Ali redobrou as suas penitências, os seus jejuns e as suas orações, esforçando-se em unir-se mais estreitamente com Jesus, seu celestial esposo.
A maioria dos santos que têm recebido esse dom exalam uma fragrância celestial. As chagas de Santa Rita, sem dúvida, exalavam um odor pútrido, pelo que devia afastar-se das pessoas. Por quinze anos viveu sozinha, longe de suas irmãs monjas. O Senhor lhe deu uma trégua quando quis ir a Roma para o primeiro ano santo. Desapareceu o estigma de sua cabeça durante o tempo que durou a peregrinação. Tão pronto quanto chegou de novo a casa, o estigma voltou a aparecer e teve que se afastar de novo das irmãs.
Em sua vida, teve muitas chamadas, mas ante tudo foi uma mãe tanto física como espiritualmente. Quando estava no leito de morte, pediu ao Senhor que lhe desse um sinal para saber que seus filhos estavam no céu. A meados de inverno, recebeu uma rosa do jardim perto de sua casa em Roccaporena. Pediu um segundo sinal. Desta vez recebeu um figo do jardim de sua casa em Roccaporena, ao final do inverno.

As rosas de Santa Rita
Durante a enfermidade, a pedido seu lhe apresentaram algumas rosas que haviam brotado de maneira prodigiosa no frio inverno em sua horta de Rocaporena. Ela as aceitou sorrindo como um dom de Deus.

A morte da santa
Santa Rita percorreu o caminho da perfeição, a via purgativa, a iluminativa e a unitiva. Conheceu o sofrimento e em tudo cresceu em caridade e confiança em Deus. O crucifixo foi seu melhor mestre. "Chegou o tempo, minhas queridas irmãs, de sair deste mundo. Deus assim o quer. Muito vos ofendi por não vos ter amado e obedecido como era de minha obrigação, com toda minha alma vos peço perdão de todas as negligências e descuidos. Reconheço que vos tenho molestado por causa desta ferida da fronte, rogo-vos que tenhais piedade das minhas fragilidades. Perdoai minhas ignorâncias e rogai a Deus por mim, para que minha alma alcance a paz e a misericórdia da clemência divina."
No convento, só se ouviam os soluços das freiras, mas o sino começou a tocar aparentemente sozinho, anunciando a sua partida deste mundo. Era o dia 22 de maio de 1457 e contava a santa 76 anos de idade. Era o fim de uma vida cheia de sofrimentos. As religiosas pensavam com horror no odor fétido de sua chaga, mas o seu rosto pálido começou a tomar viva cor, a ferida cicatrizou-se e de seu corpo começou a exalar um delicioso perfume.
Uma das religiosas, Catarina Mancini, que tinha um braço paralítico, quis abraçá-la e assim o fez porque o seu braço ficou curado pela santa. As freiras revestiram o corpo com o hábito de sua ordem e o transportaram para a capela interior do mosteiro. A ferida do estigma na fronte desapareceu e em lugar apareceu uma mancha vermelha como um rubi, a qual tinha uma deliciosa fragrância.
Devia ter sido velada no convento, mas pela multidão tão grande se necessitou da igreja. Permaneceu ali e a fragrância nunca desapareceu, até os dias atuais permanece e a todos encanta. Por isso, nunca a enterraram. O ataúde de madeira que tinha originalmente foi trocado por um de cristal e ficou exposto para veneração dos fiéis desde então. Multidões, todavia, acodem em peregrinação a honrar a santa e pedir sua intercessão ante seu corpo que permanece incorrupto.
Leão XIII a canonizou em 1900.



A história de Santa Catarina Santa Catarina

nasceu em Alexandria, cidade principal do Egito. Era filha de uma ilustre família da antiga nobreza, descendente, em linhagem direta dos reis e governadores do país. Possuía inúmeros dons, tanto físicos como morais e era dotada de uma inteligência clara e brilhante. Dois sábios de Alexandria foram os seus mestres e, tão rápidos foram seus progressos, que aos treze anos era mestra nas sete artes livres: eloqüência, poesia, música, arquitetura, escultura, plástica e coreografia.Quando seu pai, reis Costus, faleceu, Catarina retirou-se com sua mãe Sabinela para as montanhas da Cilicia onde travou conhecimento com Ananias, velho sacerdote, amável e comunicativo. Ananis transmitiu a Catarina os mistérios da religião Cristã. Querendo, porém, convencer-se também interiormente das verdades do cristianismo, não submeteu logo seu entendimento ao jugo da Cruz.Sua mãe que já era cristã, empenhava-se em trazer a filha para a Igreja e procurava um esposo que fosse digno da filha. Esta, porém, não achou nenhum pretendente de seu agrado.Um sonho significativo que tiveram mãe e filha, foi o meio empregado por Deus para chamar Catarina à verdadeira fé. Desejosa de conseguir aquilo que o sonho lhe prometera, instruiu-se nas verdades da religião cristã. Suficientemente preparada, recebeu Catarina o santo batismo. Confiaram o reino a um governador e voltaram para Alexandria.Com a morte da mãe, Catarina procurou relações de amizade com servos e servas de Deus e transformou sua residência em lar cristão. Progrediu tão rapidamente na ciência divina que, dentro em pouco, era mestra na ciência da fé. Tendo apenas dezoito anos, em discussões públicas, confundiu os maiores filósofos da cidade natal.O imperador Maximiano havia decretado uma perseguição aos cristãos e sua doutrina. Tendo conhecimento do grande preparo de Catarina, prometeu um prêmio ao filósofo que conseguisse afastar a jovem da religião cristã. Numa discussão pública, para a qual Catarina foi convidada, tudo fizeram para desorientá-la. Ela, porém, iluminada pelo Espírito Santo, respondeu-lhes com tanta clareza e sabedoria, que os próprios filósofos abandonaram o erro.O imperador, surpreendido pelo êxito inesperado da discussão, procurou, por todos os meios, arrancar Catarina do cristianismo. Adulações e promessas de fazê-la imperatriz, foi tudo em vão.Com soberano desdém, a donzela repeliu as ofertas de Maximiano. Cheio de raiva, o monarca empregou, então, a violência e a crueldade. A jovem foi lançada em um cárcere escuro, onde ficou doze dias. Quando saiu de lá era mais linda e deslumbrante que nunca. Como nada fosse capaz de obrigá-la a renunciar a fé, Catarina foi entregue aos algozes. Condenada ao martírio da roda, no momento, em que ia ser estendida sobre ela, fez Catarina o sinal da cruz e esta se despedaçou imediatamente. Este milagre fez com que o povo rendesse louvor ao Deus dos cristãos e a própria imperatriz confessasse a sua fé no Filho de Deus. Cada vez mais irritado e enfurecido, Maximiano percebendo que promessas, ameaças, súplicas, adulações não conseguira fazê-la apostatar, pronunciou a sentença de morte e mandou levá-la ao lugar do suplício. Após uma oração de louvor, agradecimento e súplica ao verdadeiro Deus, foi Catarina decapitada.Seu corpo foi levado ao Monte Sinai, onde a sepultaram. Mais tarde, sobre sua sepultura foi construído um convento, que ainda hoje existe, e é habitado por monges gregos.Santa Catarina de Alexandria, por seu grande saber, é padroeira dos estudantes, filósofos e advogados; por sua virgindade intata, de jovens e donzelas; para nós, Irmãs de Santa Catarina, o modelo e guia no caminho que nos conduz.

Historia de Stª Teresa d'Àvila


Infância
Teresa de Cepeda e Ahumada nasceu na província de Ávila, Espanha, numa família da baixa nobreza. Seus pais chamavam-se Alonso Sánchez de Cepeda e Beatriz Dávila e Ahumada. Teresa refere-se a eles com muito carinho. Alonso teve três filhos de seu primeiro casamento. Beatriz deu-lhe outros nove.
Aos sete anos, gosta muito de ler histórias dos santos. Seu irmão Rodrigo tinha quase a sua idade, por isto costumavam brincar juntos. As duas crianças viviam pensando na eternidade, admiravam a coragem dos santos na conquista da glória eterna. Achavam que os mártires tinham alcançado a glória muito facilmente e decidiram partir para o país dos mouros com a esperança de morrer pela fé. Assim sendo, fugiram de casa, pedindo a Deus que lhes permitisse dar a vida por Cristo. Em Adaja encontraram um dos tios que os devolveu aos braços da aflita mãe. Quando esta os repreendeu, Rodrigo colocou toda a culpa na irmã. Com o fracasso de seus planos, Teresa e Rodrigo decidiram viver como ermitães na própria casa e construíram uma cela no jardim, sem nunca conseguir terminá-la. Desde então, Teresa amava a solidão.

Juventude
A mãe de Teresa faleceu quando esta tinha quatorze anos: "Quando me dei conta da perda que sofrera, comecei a entristecer-me. Então me dirigi a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei com muitas lágrimas que me tomasse como sua filha". Quando completou quinze anos, o pai levou-a a estudar no Convento das Agostinianas de Ávila, para onde iam as jovens de sua classe social.
Um ano e meio mais tarde, Teresa adoeceu e seu pai a levou para casa. A jovem começou a pensar seriamente na vida religiosa que a atraía por um lado e a repugnava por outro. O que a ajudou na decisão foi a leitura das "Cartas" de São Jerônimo, cujo fervoroso realismo encontrou eco na alma de Teresa. A jovem comunica ao pai que desejava tornar-se religiosa, mas este pediu-lhe para esperar que ele morresse para ingressar no convento. No entanto, em uma madrugada, com 20 anos, a santa fugiu para o Convento Carmelita de Encarnación, em Ávila, com a intenção de não voltar para casa.

Vida religiosa
Teresa ficou no Convento da Encarnação. Tinha 20 anos. Seu pai, ao vê-la tão decidida, deixou de opor-se à sua vocação. Um ano depois fez a profissão dos votos. Pouco depois, piorou de uma enfermidade que começara a molestá-la antes de professar. Seu pai a retirou do convento. A irmã Joana Suárez acompanhou Teresa para ajudá-la. Os médicos, apesar de todos os tratamentos, deram-se por vencidos e a enfermidade, provavelmente impaludismo, se agravou. Teresa conseguiu suportar aquele sofrimento, graças a um livrinho que lhe fora dado de presente por seu tio Pedro: "O terceiro alfabeto espiritual", do Padre Francisco de Osuna. Teresa seguiu as instruções da pequena obra e começou a praticar a oração mental. Finalmente, após três anos, ela recuperou a saúde e retornou ao Carmelo.
Sua prudência, amabilidade e caridade conquistavam a todos. Segundo o costume dos conventos espanhóis da época, as religiosas podiam receber todos os visitantes que desejassem, a qualquer hora. Teresa passava grande parte de seu tempo conversando no locutório. Isto a levou a descuidar-se da oração mental. Vivia desculpando-se dizendo que suas enfermidades a impediam de meditar.
Pouco depois da morte de seu pai, o confessor de Teresa fê-la ver o perigo em que se achava sua alma e aconselhou-a a voltar à prática da oração. Desde então, a santa jamais a abandonou. No entanto, ainda não se decidira a entregar-se totalmente a Deus nem a renunciar totalmente às horas que passava no locutório trocando conversas e presentes com os visitantes. Curioso notar que, em todos estes anos de indecisão no serviço de Deus, Santa Teresa jamais se cansava de prestar atenção aos sermões, "por piores que fossem".
Cada vez mais convencida de sua indignidade, Teresa invocava com freqüência os grandes santos penitentes, Santo Agostinho e Santa Maria Madalena, aos quais estão associados dois fatos que foram decisivos na vida da santa. O primeiro foi a leitura das "Confissões" de Santo Agostinho. O segundo foi um chamamento à penitência que ela experimentou diante de um quadro da Paixão do Senhor: "Senti que Santa Maria Madalena vinha em meu socorro... e desde então muito progredi na vida espiritual". Sentia-se muito atraída pelas imagens de Cristo ensangüentado em agonia. Certa ocasião, ao deter-se sob um crucifixo muito ensanguentado, perguntou: "Senhor, quem vos colocou aí?" Pareceu-lhe ouvir uma voz: "Foram tuas conversas no parlatório que me puseram aqui, Teresa". Ela chorou muito e a partir de então não voltou a perder tempo com conversas inúteis e nas amizades que não a levavam à santidade.
As Carmelitas, como a maioria das religiosas, desde os princípios do século XVI, já haviam perdido o primeiro fervor. Já vimos que os locutórios dos conventos de Ávila eram uma espécie de centro de reunião para damas e cavalheiros de toda a cidade. As religiosas saíam da clausura pelo menor pretexto. Os conventos eram lugares ideais para quem desejava uma vida fácil e sem problemas. As comunidades eram muito numerosas. O Convento da Encarnação possuía quase 200 religiosas.

Reformadora e fundadora
Já que esta situação era aceita como normal, as religiosas não se davam conta de que seu modo de vida estava muito distante do espírito de seus fundadores. Assim, quando uma sobrinha de Santa Teresa, também religiosa no Convento da Encarnação, deu-lhe a ideia de fundar uma comunidade reduzida, a santa, que já estava há 25 anos naquele convento, resolveu colocar em prática o plano.
São Pedro de Alcântara, São Luís Beltrán e o bispo de Ávila aprovaram o projeto. O provincial dos Carmelitas, Pe. Gregório Fernández, autorizou Teresa a colocar seu plano em prática. Contudo, a execução do projeto causou muitos comentários e o provincial retirou a permissão. Santa Teresa foi criticada pelos nobres, pelos magistrados, pelo povo e até por suas próprias irmãs. Apesar disso tudo, o dominicano Pe. Ibañez incentivou Teresa a prosseguir seu projeto.
São Pedro de Alcântara, Dom Francisco de Salcedo e o Pe. Gaspar Daza conseguiram que o bispo tomasse a causa da fundação do novo convento para si. Eis que chega de Roma a autorização para se criar a nova casa religiosa, o que ocorreu no dia de São Bartolomeu, em 1562. Durante a missa receberam o véu a sobrinha da santa e outras três noviças.
A inauguração causou grande rebuliço em Ávila. Nesta mesma tarde, a superiora do Convento da Encarnação mandou chamar Teresa e a santa a procurou com certo temor, pensando que iam encarcerá-la. Teve que explicar sua conduta à superiora e ao Pe. Angel de Salazar, provincial da Ordem. A Santa reconhece que não faltava razão a seus superiores por estarem desgostosos. Mesmo assim, o Pe. Salazar lhe prometeu que ela poderia retornar ao Convento de São José logo que se acalmassem os ânimos da população.
A fundação não era bem vista em Ávila, porque as pessoas desconfiavam das novidades e temiam que um convento sem recursos se transformasse em um peso para a cidade. O prefeito e os magistrados teriam mandado demolir o convento, se não tivessem sido dissuadidos pelo dominicano Bañez. Santa Teresa não perdeu a paz em meio às perseguições e prosseguiu colocando a obra nas mãos de Deus.
Francisco de Salcedo e outros partidários da fundação enviaram à corte um sacerdote que defendesse a causa diante do rei. Os dois dominicanos Báñez e Ibáñez acalmaram o bispo e o provincial. Pouco a pouco a tempestade foi-se acalmando. Quatro meses depois, o Pe. Salazar permitiu que Santa Teresa e suas quatro religiosas retornassem ao Convento de São José.
Teresa estabeleceu em seu convento a mais estrita clausura e o silêncio quase perpétuo. A comunidade vivia na maior pobreza. As religiosas vestiam hábitos toscos, usavam sandálias em vez de sapatos (por isso foram chamadas "descalças") e eram obrigadas a abstinência perpétua de carne. A fundadora, a princípio, não aceitou comunidades com mais de treze religiosas. Mais tarde, nos conventos que possuiam alguma renda, aceitou que residissem vinte monjas.
A grande mística Teresa não descuidava das coisas práticas. Sabia utilizar as coisas materiais para o serviço de Deus. Certa ocasião disse: "Teresa sem a graça de Deus é uma pobre mulher; com a graça de Deus, uma fortaleza; com a graça de Deus e muito dinheiro, uma potência".
Encontrou certo dia em Medina del Campo dois frades carmelitas que estavam dispostos a abraçar a Reforma: Antonio de Jesús de Heredia, superior, e Juan de Yepes, que seria o futuro São João da Cruz.
Aproveitando a primeira oportunidade, ela fundou um conventinho de frades em Duruelo em 1568. Em 1569 fundou o de Pastrana. Em ambos reinava a maior pobreza e austeridade. Santa Teresa deixou o resto das fundações de conventos de frades a cargo de São João da Cruz. Depois de muitas lutas, incompreensões e perseguições, obteve de Roma uma ordem que eximia os Carmelitas Descalços da jurisdição do Provincial dos Calçados.
Em 1580, quando estabeleceu-se a separação entre os dois ramos do Carmelo, Santa Teresa tinha 65 anos e sua saúde estava muito debilitada. Nos últimos anos de sua vida fundou outros dois conventos. As fundações da Santa não eram simplesmente um refúgio das almas contemplativas, mas também uma espécie de reparação pelos destroços causados nos mosteiros pelo protestantismo, principalmente na Inglaterra e na Alemanha.

A morte
Na fundação do convento de Burgos, que foi a última, as dificuldades não diminuiram. Em julho de 1582, quando o convento já ia com suas obras adiantadas, Santa Teresa tinha intenção de retornar a Ávila, mas viu-se forçada a mudar seus planos para ir a Alba de Tormes visitar a duquesa Maria Henríquez. A Beata Ana de São Bartolomeu afirmou que a viagem não estava bem programada e que a Santa estava tão fraca que desmaiou no caminho. Certa noite só puderam comer alguns figos. Chegando a Alba, Teresa teve que deitar-se imediatamente. Três dias depois, disse à Beata Ana de São Bartolomeu: "Finalmente, minha filha, chegou a hora de minha morte". O Pe. Antonio de Heredia ministrou-lhe os últimos sacramentos. Quando o mesmo padre levou-lhe o viático, a Santa conseguiu erguer-se do leito e exclamou: "Oh, Senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face!" Ela morreu às 9 horas da noite de 4 de outubro de 1582. Exatamente no dia seguinte efetuou-se a Mudança para o calendário gregoriano, que suprimiu dez dias, de modo que a festa da santa foi fixada, mais tarde, para o dia 15 de outubro. Foi sepultada em Alba de Tormes, onde repousam suas relíquias.
Teresa é uma das maiores personalidades da mística católica de todos os tempos. Suas obras, especialmente as mais conhecidas (Livro da Vida, Caminho de Perfeição, Moradas e Fundações), contém uma doutrina que abraça toda a vida da alma, desde os primeiros passos até à intimidade com Deus no centro do Castelo Interior. Suas cartas no-la mostram absorvida com os problemas mais triviais. Sua doutrina sobre a união da alma com Deus é bem firmada na trilha da espiritualidade carmelita, que ela tão notavelmente soube enriquecer e transmitir, não apenas a seus irmãos, filhos e filhas espirituais, mas à toda Igreja, à qual serviu fiel e generosamente. Ao morrer sua alegria foi poder afirmar: "Morro como filha da Igreja".
Foi canonizada em 1622. No dia 27 de setembro de 1970, o papa Paulo VI conferiu-lhe o título de Doutora da Igreja.
Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos.
Sua festa é comemorada no dia 15 de outubro.